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Doença holandesa: o que é e como funciona?

A doença holandesa ocorre quando a economia de um país fica muito dependente das suas commodities, isto é, de seus recursos naturais. Nesse artigo, saiba mais sobre esse fenômeno, e entenda como ele pode ser prejudicial para as finanças nacionais.

O que é doença holandesa?

Para entender o conceito, é importante saber a origem do termo.

Como o nome sugere, a doença holandesa surgiu na Holanda entre as décadas de 1960 e 1970, quando foram feitas grandes descobertas de reservas de gás no país.

A partir desse evento, a economia holandesa passou a concentrar esforços na commodity recém descoberta. Com isso, foi deixando de lado produtos manufaturados, que tinham maior valor agregado na pauta de exportações do país. Ou seja, com a abundância de gás, a indústria que fabricava produtos mais sofisticados passou a não receber mais tanta importância

E por que isso pode ser prejudicial para a economia?

Basicamente porque, ao dar maior foco a commodities, que são produtos com baixo valor agregado, ocorre um enfraquecimento da indústria local. Além disso, a dependência de recursos naturais acaba apreciando a moeda local, o que também é ruim para os produtos manufaturados. Quando isso acontece, o dólar passa a valer menos no país, o que deixa as exportações de manufaturas menos competitivas no mercado internacional.

Perceba que a doença holandesa é uma das causas da desindustrialização de alguns países. Nesse sentido, há diversos exemplos de nações totalmente dependentes de produtos primários. É o caso da Venezuela e de alguns países do Oriente em relação ao petróleo, por exemplo.

Saiba mais sobre desindustrialização neste artigo.

Falha de mercado

O economista Bresser Pereira descreve o fenômeno como uma “falha de mercado”. Porém, pelo fato de ela estar associada à abundância de recursos naturais em um determinado país, não há como eliminá-la, somente como neutralizá-la.

E por que Bresser define o fenômeno como uma falha de mercado?

Segundo o economista, no curto prazo, a fartura de recursos naturais produzidos com baixo custo ajuda a economia a crescer. No entanto, no médio prazo, a valorização do câmbio reduzirá a margem de lucro dos exportadores, e isso acabará prejudicando a atividade econômica.

Além disso, quando ocorre um boom de commodities, muitas vezes as receitas em moeda estrangeira vão para atividades pouco produtivas ou de consumo imediato. No entanto, as commodities são marcadas por ciclos e, quando eles entram em declínio, esse consumo imediato e menos qualificado é o que mais sofre.

Existe doença holandesa no Brasil?

Muitos economistas acreditam que ainda não exista a doença holandesa por aqui. No entanto, para que isso não ocorra de fato, é necessário dar mais atenção a nossa política industrial.

Nesse sentido, o economista Paulo Gala dá dois exemplos diferentes do que pode ser feito com o petróleo. Segundo ele, a maneira mais simples de lidar com o minério é fazer um leilão e deixar que companhias (inclusive multinacionais) extraiam o recurso e utilizem conforme desejarem. No entanto, isso não será o melhor para a indústria nacional pois, se o país processar o petróleo em vez de vendê-lo, isso poderá alavancar o desenvolvimento econômico.

Paulo cita que vários países souberam utilizar o petróleo para potencializar as suas indústrias. Segundo ele, foi o caso da Noruega, que tem várias empresas fabricantes de sondas de perfuração e plataformas. Um dos melhores exemplos da correta administração e utilização dos recursos naturais.

Deu para entender o que é a doença holandesa? Para saber mais sobre os efeitos do câmbio na economia, clique aqui e entenda a importância da política cambial.

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