O tripé macroeconômico é um dos conceitos mais importantes da política econômica brasileira. Neste artigo, entenderemos o que significa e de que forma ele é utilizado no Brasil. Continue a leitura e confira!
O que é tripé macroeconômico?
O tripé macroeconômico foram três diferentes medidas adotadas no governo Fernando Henrique Cardoso e que também foram seguidas pelo ex-presidente Lula. O intuito era dar suporte ao equilíbrio da economia nacional. Como o próprio nome sugere, essas medidas foram apoiadas em três pilares: política monetária, política fiscal e política cambial.
Em outras palavras, as três medidas tinham por objetivo manter o controle da inflação, das despesas públicas e do câmbio. Para conseguir isso, as três políticas deveriam agir simultaneamente e de forma harmônica, por meio da meta de inflação, meta fiscal e câmbio flutuante.
A seguir, vejamos como funcionam cada uma delas.
Meta de inflação
Um dos principais objetivos da política monetária é manter a inflação sob controle. Para isso, o principal instrumento do governo é a taxa Selic, definida pelo Banco Central a cada 45 dias.
Aqui no Yubb, a gente já falou algumas vezes sobre o tema inflação e a sua relação com a Selic. Resumidamente, ocorre o seguinte: em momentos em que a economia precisa de um estímulo, o governo baixa a taxa básica de juros. Dessa forma, as pessoas se sentem mais motivadas para consumir, e a atividade econômica aquece.
Por outro lado, em épocas de alta dos preços, o governo sobe a Selic para conter o consumo. Com o custo do dinheiro mais caro, naturalmente a população freia os seus gastos, e isso ajuda a controlar a inflação.
Porém não é só a Selic que mexe com a inflação. Clique aqui e entenda como funciona esse fenômeno.
Meta fiscal
Além de controlar a inflação, o governo precisa também equilibrar as suas contas. Isso significa fazer um gerenciamento das despesas públicas, de modo que não ocorra um volume de gastos que comprometa o que o governo arrecada.
Nesse sentido, a situação ideal é quando o governo gasta menos do que precisa pagar (sem considerar os juros da dívida), ou seja, tem superávit primário. Por outro lado, quando o contrário acontece (gastos maiores do que a arrecadação), estamos diante de um déficit primário.
Tanto uma situação de superávit quanto de déficit primário precisa estar prevista pela meta fiscal. Ao cumprir essa meta, o governo demonstra credibilidade ao mercado nacional e internacional.
Câmbio flutuante
Por fim, câmbio flutuante significa deixar a taxa cambial variar livremente, conforme a oferta e demanda da moeda.
Quando os investidores aumentam a sua procura por dólares, por exemplo, isso faz com que o real se desvalorize. Já na situação contrária, quando há menos interesse pela moeda estrangeira, a tendência é de que a nossa moeda ganhe valor.
É justamente isso que ocorre no câmbio flutuante, ou seja, as cotações acompanham a demanda do mercado.
No entanto, há ocasiões nas quais o Banco Central intervém para evitar a queda ou alta excessiva da moeda estrangeira, pois ambos os extremos são ruins para a economia. Para isso, ele utiliza o swap tradicional ou o swap reverso. Clique aqui e entenda como isso funciona.
É sobre esses três pilares (controle da inflação, de gastos públicos e câmbio flutuante) que se sustenta o tripé macroeconômico. Quer saber mais sobre o tema, ou sobre outros assuntos ligados à economia? Mande seus comentários que responderemos!