Se você acompanha investimentos, sabe que o mercado de renda variável apresenta oscilações o tempo todo. E essas oscilações não ocorrem de maneira uniforme, pois mesmo quando há uma tendência, os preços dos ativos podem subir ou cair a qualquer momento. Um desses movimentos que podem acontecer repentinamente é o pullback, conforme veremos a seguir.
O que é pullback?
O pullback é um movimento temporário que contraria a tendência de preço de um ativo. Quando identifica esse movimento, o investidor pode encontrar boas oportunidades no mercado.
Esse movimento pode ocorrer de duas formas: na alta ou na baixa de um ativo financeiro.
Quando o pullback é de alta, ele reverte momentaneamente a queda de um ativo. Ou seja, quando o mercado está caindo, esse movimento interrompe brevemente a queda, fazendo uma pequena correção no preço e, logo depois, o ativo continua a sua tendência de queda. O pullback de alta também é conhecido como throwback.
(fonte: Admiral Markets)
Por sua vez, o pullback de baixa é quando ocorre uma ligeira correção para baixo no seu preço em meio a uma tendência de alta. Esse é justamente um dos bons momentos para adquirir esse ativo.
(fonte: Admiral Markets)
Tanto na alta quanto na baixa, o pullback é o movimento que acontece pouco antes de trazer os preços à tendência natural. Ou seja, se os preços estavam caindo e sobem repentinamente e de forma acentuada, o pullback busca trazê-los para a média anterior. Da mesma forma, se o preço do ativo estiver subindo desvaloriza drasticamente, o movimento atua no sentido de elevar novamente o preço.
O pullback é temporário
Esse movimento se caracteriza basicamente pela sua temporalidade. Basicamente, o pullback aparece na análise gráfica de todas as ondas de movimentos do mercado financeiro.
É importante entender que essas pequenas oscilações não têm relação com erros nas operações ou com fatores externos. Trata-se simplesmente de correções nos preços dos ativos antes que eles continuem a sua tendência de alta ou de baixa.
Como diferenciar um pullback de uma reversão de preço?
Já entendemos que o pullback é um ajuste temporário no preço de um ativo. Mas como saber se esse movimento contrário não irá, de fato, reverter a tendência de forma definitiva?
Para diferenciar o pullback de uma reversão de preço, é muito importante saber fazer análises gráficas. Somente dessa forma o investidor conseguirá entender as movimentações do mercado, e terá bases para traçar as suas estratégias.
Em entrevista ao portal InvestNews, André Machado, fundador da escola de traders “Projeto os 10%”, menciona algumas regras que utiliza para diferenciar o pullback de uma reversão.
Segundo o analista, um dos fatores a considerar é a estratégia do investidor. “Para quem está operando visando o curtíssimo prazo, uma queda de mais de 60 minutos poderia ser considerada uma reversão. Porém, se a estratégia do trader é outra (operando no diário, por exemplo), seria apenas um pullback”, explica.
Machado também menciona outras regras que adota na hora de operar. Para ele, qualquer movimento contrário de até 50% em relação a um índice ainda pode ser considerado pullback. No caso do dólar, esse percentual muda para 61,8%.
Como utilizar o pullback nos investimentos?
O pullback é um dos indicadores que auxiliam o investidor a aproveitar oportunidades de mercado, ou seja, comprar na baixa e vender na alta. Mas, para isso, ele precisa ser capaz de ler as tendências de mercado demonstradas pelas correções dos preços.
No caso do trader, é fundamental que ele consiga ter clareza sobre os pontos de reversão, identificando as zonas de suporte e resistência.
Sobre o assunto, Sidney Lima, analista da Top Gain, falou ao InvestNews que, no trade, o pullback é utilizado para movimentos muito esticados. Digamos que a ação continue subindo por cinco dias. Dessa forma, já considerando o comportamento do mercado, em algum momento terá que cair. “A recomendação é sempre esperar o pullback para entrar”, diz Lima.
Pode acontecer de um investidor entrar na ação e ela cair. Por isso, a maioria dos traders espera a ocorrência do pullback como uma janela de oportunidade de compra, para pegar a tendência de alta. “Quando acontece a inversão no movimento de alta, no trade a gente pensa que agora sim entrou a força compradora e que o preço naturalmente vai voltar a subir”, conclui o analista.
Essa janela de oportunidade, ou seja, o movimento temporário contrário à tendência do ativo, é chamada zona de pullback. Na entrevista, Lima exemplifica a zona de pullback da seguinte forma:
Digamos que uma ação da Petrobrás estivesse custando R$ 20 e, em um mês, saltou para R$ 28. Logo após aconteceu o pullback, e ela recuou para R$ 25. A janela de tempo entre os R$ 28 e R$ 25 é a chamada zona de pullback.
Em relação a esse período, o analista afirma que há muita briga de forças no mercado, pois há muitos investidores vendendo e outros tantos comprando. Na sua opinião, esse é um excelente momento para se posicionar no ativo.
Ou seja, quando o investidor consegue entrar na zona de pull back, ele consegue se beneficiar com a valorização futura do ativo após novas forças compradoras.
No entanto, Machado alerta que, em tendências de alta, é importante ter clareza do que é topo e fundo do ativo e do que é ruído.
Segundo o analista, na região entre 20 e 200 topos de resistência rompidos, existe uma grande chance de acontecer um pullback, de modo a corrigir a média móvel do ativo.
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