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C-Bond: o que era esse título?

Os títulos públicos são instrumentos de captação de recursos para um país que, também, podem ser utilizados como forma de renegociação e rolagem de dívidas. No Brasil, o C-Bond (ou Capitalization Bond) foi um exemplo disso.

O que era o C-Bond?

Esse título foi utilizado no Brasil durante quase 10 anos. Ele começou a ser emitido e negociado em 1994, quando o país anunciou a renegociação da dívida externa.

Para entender melhor, vamos contextualizar alguns fatos importantes que contribuíram para o endividamento brasileiro.

Nos anos 80, economias emergentes como a brasileira sofriam gravemente as consequências da alta inflação. Isso desencadeou sucessivas crises na década seguinte, como a dos mercados emergentes, iniciada no México a partir de 1994.

No entanto, o Brasil já havia iniciado a renegociação de sua dívida externa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sete anos antes, em 1987. Porém, as condições da nova negociação foram aprovadas pelo órgão somente em 1994. Entre elas, estavam um desconto sobre o principal da dívida e a troca por títulos com vencimento em até 30 anos.

Dessa forma, nasceram os C-Bonds, que representavam US$ 7,4 bilhões do valor total da dívida externa brasileira de US$ 52 bilhões. Foi por causa dessa renegociação que o Brasil conseguiu retornar ao mercado financeiro mundial. Isso fez com que o capital internacional começasse a retornar ao país, o que viabilizou o câmbio como uma das âncoras da política econômica iniciada com o Plano Real.

O C-Bond também era conhecido como brandies. Isso porque teve origem no Plano Brandy, que foi desenvolvido para ajudar os emergentes em crise a reequilibrar as suas finanças.

Como funcionaram os C-Bonds?

Esses títulos foram emitidos com carência de 10 anos para pagamento dos juros, bem mais baixos do que a dívida original. O seu prazo era de 20 anos, com vencimento em 2014, e os juros eram de 8% ao ano, pagos a cada semestre.

Durante sua vigência, o C-Bond passou a ser uma espécie de termômetro da economia brasileira. Isso porque, dependendo da procura dos investidores estrangeiros pelo papel, podia-se avaliar a disposição do mercado em investir no Brasil.

Diferentemente de outros títulos de renegociação de dívida externa, os C-Bonds não tinham a garantia do tesouro norte-americano. No entanto, eles eram atraentes para o investidor por causa do deságio oferecido nas negociações. Em momentos críticos de crise no Brasil, o título era negociado a pouco mais de 50% do seu valor de face.

O elevado deságio tinha a ver com a percepção de risco do mercado em relação à economia brasileira na época. O parâmetro internacional de risco são os títulos do tesouro dos EUA que, em tese, são “livres de risco”. Quanto maior o risco de um país, maior também deve ser a remuneração que os seus títulos deverão oferecer ao investidor. Em outras palavras, a medida de risco de um país é sempre relativa aos títulos “risco zero” da economia norte-americana.

Neste artigo, entenda como funciona e qual a importância do risco-país. 

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