CPR (Cédula de Produtor Rural): o que é e como investir?

A Cédula de Produto Rural (CPR) é um título emitido para financiar as atividades do agronegócio. Na prática, o investidor recebe uma promessa de entrega de produtos rurais ou capital da venda deles em uma data futura previamente combinada.

Esse ativo também pode ser chamado de Cédula do Produtor Rural, pois é emitido pelos próprios produtores, cooperativas ou instituições associadas ao agronegócio. São poucas as instituições que oferecem esse título. Por conta disso é pouco conhecido no mercado financeiro.

A CPR foi criada em forma de lei no ano de 1994 com a intenção de ampliar o crédito do produtor e promover a expansão do agronegócio. De acordo com a lei nº 8.929, ela pode ou não ter garantias previamente estabelecidas. Sua distribuição geralmente acontece por bancos e seguradoras.

Como forma de incentivo, esses títulos são isentos da cobrança de imposto de renda ou IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O investimento é categorizado como renda fixa e não é assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

A operação envolve riscos de ambos os lados: tanto do investidor, quanto do produtor. Isso porque a produção agrícola pode ter problemas climáticos, pragas ou mesmo a frustração de safra. Além disso, apesar de ser um investimento em renda fixa, os valores das safras podem sofrer alterações no vencimento da cédula.

Ou seja, se o valor acordado pela safra for menor que o valor de mercado na data do vencimento, o produtor deverá vender mais produtos para pagar pelo financiamento do investidor.

Para entender melhor como essa operação funciona, é preciso entender quais são as duas formas de se adquirir uma cédula dessas:

1. Cédula de Produto Rural Física

Nesta modalidade, o investidor recebe a quantidade de produtos acordada na data do vencimento da cédula. Por exemplo, uma cédula física que estipula a negociação de 400 sacas de café: o investidor terá direito a essa quantia e será ele o responsável por transformá-la em dinheiro.

Geralmente, o produtor rural faz a venda de uma certa porcentagem da produção futura. Essa negociação envolve quantidade de produtos e não preço.

Ou seja, neste tipo de negócio, é fundamental entender sobre a volatilidade do mercado que envolve o setor. Para o produtor, essa negociação é menos arriscada, pois sua produtividade pode ser mais controlada do que o mercado de preços como um todo.

2. Cédula de Produto Rural Financeira

Também pode ser chamada de CPR com liquidação financeira ou CPR-F. Nesta categoria, o título envolve o pagamento de um valor em dinheiro. Geralmente, o investidor recebe a quantia aplicada mais um valor de juros.

Ou seja, o investidor faz uma aplicação e na data do vencimento recebe aquela quantia de volta. Tudo é estipulado previamente. Com isso, o investidor sabe exatamente quanto aquela operação vai render no futuro.

Na prática, a CPR-F faz a venda futura de uma quantia de produtos a um preço pré-determinado entre as partes. Geralmente, esse valor segue uma média de um índice de mercado.

Por conta disso, o produtor fica mais vulnerável às oscilações do preço de mercado. Isso porque se ele emite um título num determinado valor de produto e, no futuro, esse preço baixar, ele deverá vender mais para ter o dinheiro necessário para pagar o investidor.

Como investir em CPR?

Embora essa seja uma modalidade com incentivo fiscal e bastante vantajosa para o produtor, a CPR não é um título fácil de ser encontrado. Geralmente, sua negociação acontece somente em grandes bancos como Banco do Brasil e Santander.

No entanto, por ser pouco encontrado e com baixa liquidez, esse ativo costuma apresentar rentabilidades bem maiores que outros investimentos em renda fixa. Ainda assim, o investidor deve conhecer sobre o mercado e todos os riscos que esta operação oferece à sua carteira.


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