Como o próprio nome diz, os derivativos são contratos cujo preço deriva do valor de outro bem ou instrumento financeiro.
Ou seja, eles oscilam de acordo com o comportamento de outro produto, também chamado ativo-objeto.
Um contrato de derivativos ocorre sempre entre duas partes. Nesse sentido, ambas estabelecem valores e prazos para liquidação futura do contrato.
E qual o objetivo dessa negociação?
Basicamente, uma das partes vende o risco que acredita que o ativo tenha. Por outro lado, a parte que compra esse risco, acredita que possa ganhar com ele na data de vencimento do contrato.
Para entender melhor, vejamos um exemplo:
Exemplo do uso de derivativos
Imagine um produtor de soja, que está trabalhando na lavoura. A safra só ocorrerá daqui a seis meses, mas ele já está gastando com o preparo da terra. Logo, precisa garantir hoje o valor que receberá quando tiver que entregar as sacas do produto.
Digamos que, hoje, a saca de soja esteja R$ 60,00. Porém, não há garantias de que esse preço se mantenha no momento da venda, daqui a seis meses.
Dessa forma, para garantir que não receba um valor abaixo dos R$ 60,00 (preço da soja hoje), o produtor pode fechar um contrato futuro, que é um dos tipos de derivativos.
Com isso, ele terá a segurança de que, mesmo que a soja esteja menos de R$ 60, esse preço seja garantido na data da entrega.
No exemplo acima, veja que o valor do contrato deriva do preço da soja. Por isso, o instrumento se chama derivativo.
Funções dos derivativos
Basicamente, os derivativos são utilizados para hedge, especulação e arbitragem. Vejamos como funciona em cada uma das formas:
Hedge
Em outro artigo, já falamos sobre hedge. A palavra, do inglês, significa proteção. E isso pode ser feito por meio de derivativos.
O exemplo da soja é uma das situações do uso de derivativos para hedge. Ou seja, ao fechar um contrato futuro, o produtor pode garantir que a soja não sofra desvalorização no momento da venda.
Quer ver outro exemplo?
Uma empresa importou uma máquina dos EUA por US$ 10 mil. No dia da compra, a cotação do dólar era R$ 5,00. Logo, sua dívida na data é de R$ 50 mil.
A companhia tem prazo de 30 dias para pagar o fornecedor. Porém, teme que, nesse período, o dólar suba, o que encareceria a sua dívida.
Nessa situação, ela pode comprar contratos futuros de dólar. Desse modo, ela consegue evitar perdas se, na data do pagamento, o dólar tiver valorizado.
Especulação
Como vimos, os contratos de derivativos sempre ocorrerão entre duas partes. Logo, se uma das partes se livrou do risco (produtor da soja), a outra parte assumiu esse risco. E o fez para tentar lucrar com isso. Desse modo, a parte que assumiu o risco é o especulador.
Ou seja, a especulação ocorre quando alguém assume o risco da variação de preços para tentar obter algum ganho. No entanto, o especulador poderá, também, apurar prejuízo; tudo dependerá da movimentação do mercado.
Nesse sentido, algumas operações de day trade são próprias para especulação. Isso porque, nesse mercado, os investidores podem comprar e vender instrumentos financeiros no mesmo dia e, no final do pregão, só precisarão desembolsar o ajuste (lucro ou prejuízo) da operação.
É importante saber que os derivativos para especulação não devem ser utilizados por investidores iniciantes. Isso porque esses instrumentos são complexos e, como possuem alavancagem, podem levar à perdas expressivas.
Arbitragem
Por fim, alguns derivativos também podem ser utilizados para fins de arbitragem.
Isso ocorre quando o investidor compra um ativo num mercado onde ele está mais barato e o vende em outro mercado mais caro. Logo, ao fazer isso, o seu objetivo é obter lucro com a diferença de preços desse ativo nos dois mercados.
O tipo de arbitragem mais comum é aquele que utiliza a diferença de preços de um mesmo ativo no mercado à vista e no mercado futuro.
Voltemos ao exemplo da soja, cujo preço atual é de R$ 60,00. Digamos que um investidor descubra que a saca está sendo negociada no mercado futuro para seis meses por R$ 70,00.
Como ele deseja arbitrar, comprará o ativo e o guardará por seis meses. Dessa forma, quando for vender, lucrará R$ 10,00 por cada saca. É dessa forma que funciona a arbitragem no mercado futuro.
Perceba que, dessa vez, o investidor não buscou o derivativo para proteger o seu
patrimônio. Nesse caso, o seu objetivo foi somente ganhar com a diferença de
preços e, para isso, também usou um derivativo.
E qual a importância dos derivativos para o mercado financeiro?
A princípio, os derivativos foram criados para proteger a economia contra os riscos das variações de preços. Ou seja, ao garantirem os preços, esses instrumentos conseguem dar certa previsibilidade às negociações.
Logo após, os derivativos passaram a ser utilizados, não só para proteção de preços, mas também em relação ao câmbio e taxas de juros, como nas operações de swap, por exemplo.
Hoje em dia, os investidores também buscam os derivativos para obter ganhos financeiros. Ou seja, além de assegurarem o valor de um determinado ativo, esses instrumentos servem também para rentabilizar o patrimônio dos investidores. Logo, são muito importantes para o mercado financeiro em geral.
Por tudo isso, os derivativos são muito importantes para o mercado financeiro em geral. No entanto, quando não utilizados adequadamente, ou por investidores inexperientes, esses instrumentos podem levar a perdas maiores do que o valor investido.
Logo, se você pensa em utilizar derivativos, deve começar devagar. Para isso, deve aprender o máximo que puder sobre o mercado financeiro, a fim de que possa analisar riscos com segurança.
Além disso, também é fundamental acompanhar os momentos de altas e baixas do mercado. Dessa forma, conseguirá tirar proveito desses movimentos, e garantir ganhos na compra e venda de ativos.
Por fim, é importante também que você tenha tempo e dedicação para acompanhar o mercado. Isso porque, qualquer erro ou perda do timing da negociação, pode ocasionar grandes prejuízos ao seu patrimônio.
O que mais você gostaria de saber sobre derivativos? Deixe seus comentários e sugestões!