A reserva de valor é aquele dinheiro que protege o investidor das crises econômicas. Sua principal característica é a preservação do patrimônio. Com a crise do coronavírus, muitos investidores migraram seus recursos para ativos dessa categoria a fim de evitarem os danos das turbulências do mercado.
No último ano, dois ativos chamaram a atenção por conta da valorização que tiveram: o ouro e o bitcoin:
Valor do ouro em gramas: valorização de 96%
- 02/01/2020: R$ 156,91
- 18/12/2020: R$ 308,62
Valor do bitcoin em reais: valorização de 298%
- 02/01/2020: R$ 28.916,73
- 18/12/2020: R$ 115.360,13
No caso do ouro, por ser uma commodity, precisamos considerar o peso que a alta do dólar teve nesta conta. Ainda assim, podemos perceber o forte crescimento desse mercado.
Tecnicamente falando, os ativos e bens precisam de quatro características para serem chamados de reserva de valor:
- Preservação de valor;
- Finitude: não é algo em abundância e nem fácil de ser encontrado;
- Alta liquidez: não é difícil encontrar compradores;
- Não se deteriora com o tempo.
Vários investimentos são considerados reservas de valor, mas nem todos cumprem esses quatro fundamentos. Por causa disso, os especialistas mais rigorosos só acreditam que o ouro e o bitcoin podem atualmente ser chamados de reserva de valor.
Mesmo assim, listamos aqui cinco possibilidades para reserva de valor:
1. Ouro
O metal precioso mais famoso e valioso de todos. Há séculos, o ouro é usado como reserva de valor por pessoas, governos e até mesmo as igrejas.
Atualmente, há quatro maneiras para se investir em ouro:
- Negociações em contratos futuros de ouro na B3 (OZ1D, OZ2D, OZ3D);
- Compra de ETFs atrelados ao ouro (iShares Gold Trust, por exemplo);
- Fundos de investimento que investem em ouro;
- Barras de ouro.
Essa última é a menos recomendada, pois exige logística própria de compra e armazenamento.
2. Bitcoin
O Bitcoin é um tipo de investimento relativamente novo, mas que ganhou muita visibilidade nos últimos anos devido à sua forte valorização. Isso porque é uma moeda digital que não sofre interferências políticas e econômicas de bancos ou outras moedas.
Tal independência e escassez conferiram ao bitcoin um grande valor de mercado, principalmente na crise do coronavírus.
Muitos investidores veem nessa criptomoeda um potencial futuro muito grande, pois ela também cumpre com todos os requisitos de uma reserva de valor. Além disso, a negociação pode ser feita virtualmente a qualquer momento.
3. Prata e outros metais
Nessa mesma lógica, alguns investidores também procuram outros metais preciosos como reserva de valor. No entanto, nenhum outro tem a liquidez que o ouro possui. Por conta disso, muitos especialistas não consideram outros metais para essas finalidades. Mas podemos citar a prata, como exemplo.
A valorização da prata em 2020 foi de R$ 2,30 por grama em janeiro para R$ 4,23 em dezembro (crescimento de 83,4%). Além de ser um metal precioso, a prata é um ótimo condutor de eletricidade, o que confere a ela outras propriedades e, consequentemente, mais valor.
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4. Moedas estrangeiras
As moedas estrangeiras também são usadas como reservas de valor por alguns investidores. No entanto, o grande problema aqui é que elas não são finitas e são controladas por governos e órgãos que podem emitir mais papel.
Ainda assim, é possível usar moedas para se proteger de crises locais. No entanto, há inúmeros riscos para que essa proteção de fato aconteça.
5. Imóveis
Os imóveis ou propriedades de terra são popularmente conhecidos como reservas de valor. No entanto, o grande problema em relação a eles é quanto à liquidez e à influência do tempo em relação a eles.
Uma casa, por exemplo, necessita de manutenção para que seu valor permaneça. Caso contrário, ela se deteriora com o tempo. Ou seja, por vezes, a proteção desse ativo pode não funcionar.
Já quanto aos preços, os imóveis podem sofrer interferências externas e terem seus valores depreciados. Ou seja, não há muita garantia sobre a preservação de patrimônio.